sexta-feira, 11 de setembro de 2009

POSSIBILIDADES

Bebo da vida que passa pelas ruas
Alimento-me desavergonhadamente da alegria
Espalhada nas mesas da madrugada
Nos botequins da cidade
Canto sem nenhum pudor canções que nem sei a quem pertencem
Mas que servem para me derramar em palavras ao meu amor
Arranco minhas vestes que escondem hipocritamente minhas palavras
Exponho-me como um quadro pendurado na parede
Deixo em aberto em mim todas as possibilidades

O que será que pelas ruas você viu e não encheu o teu copo?
Por quais madrugadas passaste que tua cadeira à mesa permaneceu vazia?
Vem cá, companheiro, senta aqui junto de mim
Vergonha de quê? A canção que canto também não é minha
Também não é daquele ali, que canta com o violão afinado
Espalha-te comigo nas mesas dos botequins
Derrama também teu amor nas ruas da madrugada.

Ah! Madrugada! Amante inseparável dos poetas,
Escuridão disfarçada pelos postes com sua indiscreta claridade
Alcoviteira doce dos apaixonados, beijos e abraços apertados
Companheira fiel dos solitários...
Vem! Senta aqui você também.
Deixa escapar do teu peito a tristeza que te invade
Atente o teu pudor, espalhe na madrugada teu amor,
Cante qualquer coisa que te dê na “telha”
Fale poesia, conte uma história, uma piada
Encha teu copo de alegria
Alimente-se da madrugada
Tome um porre de paixão
Deixe livre tua alma.

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